No dia 13 de setembro de 2023, nós do Grupo de Pesquisa "Desenvolvimento e Psicanálise", da Universidade de São Paulo, coordenado pelo professor Leopoldo Fulgencio, recebemos a convidada internacional, Carolyn Laubender, da University de Essex, que nos apresentou a profícua conferência "Sonhando com a 'mãe preta': raça, gênero, decolonização e D. W. Winnicott".
Tive o privilégio de coordenar o primeiro evento internacional do grupo e, de certa forma, levar um pouco da voz do Brazil para uma conversa sem fronteiras ligada às questões de gênero, raça e (des)colonização, ressaltando a forma como estes elementos atravessam os desenvolvimentos teórico-clínicos da psicanálise, criando a necessidade de novas epistemes e fazeres psicanalíticos, a partir da perspectiva de uma psicanálise brasileira do século XXI.
A imagem acima é norteadora para pensarmos: de um lado, os desvios da Psicanálise Britânica (e Europeia de maneira geral) ao defender o “maternalismo branco” da família tradicional para proteger o estado de bem-estar social do medo da “mãe negra”, após o processo de queda do Império Britânico e descolonização da África e da Ásia; e de outro, a posição das mulheres negras na cena de cuidados do Brasil - basta olhar para nossas próprias casas ou para os espaços sociais que ocupamos para identificarmos uma mulher negra ou racializada segurando nossos bebês e crianças.
Segundo o que nos propõe Rita Segato, “esta cena aponta para a existência de um psiquismo inevitavelmente moldado pela duplicidade da maternidade e pelas complexidades da estrutura edipiana do indivíduo brasileiro.”
O vídeo da conferência está disponível no canal do Instituto de Psicologia da USP no YouTube:
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